domingo, 24 de outubro de 2010

Eu sei o que é bom

É impressionante como o ser humano tem o dom de criticar e julgar seu semelhante. Chega a assustar. Apontar o dedo na cara do outro é muito fácil mesmo. Difícil é olhar para os próprios defeitos e tentar corrigí-los, ao invés de ficar “soltando veneno por aí”. Nos últimos meses, tenho ouvido muitas críticas a respeito do local onde trabalho. Frases do tipo “nossa, como se sujeita a trabalhar em um veículo aonde não tem remuneração?”; “é um absurdo estar se sujeitando a isso (trabalhar sem receber), estudou tanto para nada, pagou quase R$ 800 por mês pra isso?”, e até “você acha que está bombando aí nesse trabalho?” tive que ouvir. Sem contar na chuva de críticas por conta da postura do jornal nessas eleições, mas isso tratarei em outro post.

Não bastasse ouvir isso de pessoas em geral, nesta tarde de domingo, durante lanche com a família, tive que ouvir críticas até de meus dois irmãos. É bem verdade que um mais ouviu do que falou. Mas o outro pegou pesado. Disse que não consegue entender como me sujeito a trabalhar no DM. Acha que que é atraso de vida, que o jornal é um lixo (o curioso é que hoje foi a primeira vez em que ele me disse isso). Fiquei furiosa com a crítica, para mim desconstrutiva. Será que é tão difícil entrar na “cabeça” das pessoas (que não são do meio) que o mercado de jornalismo é fechado em Goiás? Que jornalistas recém-formados não veem outra alternativa senão a de iniciarem suas carreiras em jornais como o DM, que dão essa oportunidade?

Ressaltado todos os problemas do DM, como pagamento atrasado, linha editorial, posicionamento político e etc, acredito sim que alguma coisa, positiva, tirarei de tudo que tenho vivido lá. E as pautas cobridas, não contam como experiência? E os conhecimentos que a gente adquire, no meu caso de como a política funciona e etc., não contam? E as coberturas presidenciais, também não valem nada? E os textos que escrevemos todos os dias, não nos amadurecem? Nem melhoram a nossa escrita? E a cobrança por conta do tempo para que sejamos rápidos e objetivos, não vale de nada? E a visibilidade que temos, também não significa nada?

Que me desculpem os que discordam. Mas acredito sim que tudo isso contribui para o meu amadurecimento profissional. Se o jornal paga em dia ou não são outros quinhentos. Ou será que se eu me formar, colocar o currículo em baixo do braço e for à porta do jornal Folha de São Paulo ou do Correio Braziliense (sem experiência alguma) eles me dão emprego? Não vou muito longe. Se assim for eu ao Popular? Será que eles me contratam? Porque se for assim em algum desses lugares eu vou lá agora. Perdi tempo aqui e não estou sabendo.

Enfim, na minha opinião, o que conta mesmo é a gente saber separar o que vale e o que não vale, saber o que se deve absorver e o que não se deve dali e até quando ficar nesse lugar é bom ou ruim para gente. E isso eu sei. Sei muito bem o que quero e muito bem aonde quero chegar. Portanto, estou no caminho certo. Assim creio e ponto.

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